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CONTRA OS FALATÓRIOS DE CORREDORES E A DISSEMINAÇÃO DE UMA IMAGEM DISSOCIADA. (Por Alisson Nogueira)


Os últimos tempos se mostraram bastante conturbados. Estamos envoltos em grandes discussões de ordem metodológica que deveriam permear o campo da práxis, no entanto nos deparamos com argumentos que distorcem a realidade. Tento sinceramente compreender em que consiste esta organização desenfreada que se materializa em disputas personalizadas. Cuidado redobrado! A opinião pública é colocada em contestação e, aparentemente, os regimes autoritários voltam à ação.
 Preocupamo-nos diariamente com os nossos problemas reais que destoam do imaginário coletivo de grande parte dos que compõem o cenário acadêmico subalternizador.  Perguntamo-nos qual o sentido de estudar a história das classes e dos meios de coerção se passamos a compor um grupo que ocupa o papel de objetos coercitivos? Em que luta estamos “embrenhados”? A cúpula que se formou estruturam o novo manual de conduta, o AI meu Deus, e onde nós estamos de fato?
Cuidado você não é livre para pensar, sua fala é cerceada em prol de algo transcendente à compreensão espiritual, talvez o “homem do anel” tenha a cura ou ao menos um papel. Representamo-nos diante da irrealidade, imaginamos que todos devem ser dotados de atributos que deveriam, eu disse DEVERIAM, compor os pré-requisitos da seleção, mas a realidade é outra. A escola básica não prepara, não ensina, não progride. O que encontramos é um retrocesso ou uma estagnação no que se refere ao ensino e aprendizagem. A irrealidade imaginária presente nas massas encefálicas de determinados grupos da universidade não conseguem olhar para além dos muros. A reprodução imagética da escola pública é repetida com base nos discursos de seus tempos de escola.
Hoje o Brasil tem enfrentado uma grande crise no que se refere à educação, isso todos sabem. Mas acredito que quando nos referimos a esse problema, nos falta encaminhamento, qual ação a ser tomada? Muitos críticos, muitos intelectuais, doutos, PHDS, enfim, muitos têm criticado o ensino, mas não desenvolvem o seu papel real de transformadores sociais. Desde o pós-independência, percebemos que são muitos os homens das letras que desenvolvem suas pesquisas, seus estudos em prol de um grupo minoritário, um grupo que tem tudo e pede mais.
Quando nos deparamos com pessoas que desenvolvem pesquisas, nos falam da história do nosso país ressaltando a importância da mesma para a sociedade e levando-nos a encará-la como uma ferramenta de transformação social, nos frustramos quando percebemos que os discursos destoam da ação. Como posso falar de algo que me é alheio? Como posso dizer que formo professores conscientes da realidade e de seu papel formador, se não consigo me reconhecer enquanto educador? É extremamente lamentável, repito mais uma vez, que as disputas tenham trilhado esse caminho.
As palavras não devem ser medidas, seu sentido pode ser o mais diverso possível, uma frase pode ser compreendida de várias maneiras, assim como uma comédia não fará todos rirem. As intenções do receptador podem resignificar cada letra, assim como as atitudes podem ser interpretadas de várias maneiras. A questão é que ao pensarmos as afrontas que nos são direcionadas penso primeiro no que as desencadeou. Qual o problema da educação? Qual o problema da violência? Os intelectuais costumam cometer sempre o mesmo erro, querem entender a consequência e não a causa. Embora a causa seja bem mais fácil de combater, as pessoas, por maldade, por insegurança, por medo ou mesmo por má vontade, se desgastam em combater as consequências. As causas partem de nós mesmo, de nosso comprometimento com o que defendemos com o que nós somos e com o que nós acreditamos.
Assim intelectuais, repensem si mesmos e o seu papel formador dentro da universidade, vocês não são apenas intelectuais, são professores, embora pareçam ter esquecido. A formação de novos professores é parte de seu ofício e o papel dessa parte de como estão aqui. Só lembro que, mesmo que haja professores que não compreendem a realidade brasileira da escola pública e apliquem um método de ensino da terra de Nárnia, ou mesmo que achem que podem fazer o que bem entenderem com os estudantes exaltando o seu poder, ou acham que tem o direito de rebaixar ou humilhar qualquer pessoa, sempre existirá aqueles que lutam contra a subalternidade e mesmo que sejam aplicados mecanismos com o intuito de criminalizarem e deslegitimar a luta, esta sempre encontrar-se-á lá. Pois o Brasil está em construção e as lutas são duras, complicadas, mas sempre haverá pessoas de coragem dispostas a romper com a hegemonia da elite. 

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